terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Hare Krishna, Hare Krishna, Hare Hare...

Depois de muito tempo, aqui estou eu de volta! Meu sumiço se deu parte pela correria, parte pela internet que parou de funcionar e principalmente pelo desanimo de estar indo embora... esses meus dois meses aqui seriam perfeitos se não fosse pela parte da despedida.
Na semana passada tivemos 3 feriados aqui ( segunda, quinta e sábado). A maioria do pessoal foi viajar mas eu não fiz muito.
Fui no cinema, é bem interessante aqui, os vendedores de comida ficam dentro da sala oferecendo comida (indiana, é claro) e pegando os pedidos antes do filme começar e no intervalo no meio do filme.
Na Terça fui na barraquinha de comida de rua aqui perto de casa onde sempre comemos. O dono fala um pouco de inglês mas os meninos que cozinham não. Mesmo assim toda vez que vou fico la batendo papo com eles na linguagem universal (eles demoram bastante para entregar a comida, uma vez que um bando de estrangeiro na barraquinha chama clientes). Na terça levei uma nota de 2 reais para eles, porque eles tinham comprado uma nota do chines no dia anterior e queriam uma de real. Eles queriam comprar, mas convertendo isso seriam 60 rupias, e é bastante dinheiro por um pedaço de papel pra quem vende refeições por 25 rupias. Dei a nota de presente, e o dono me falou pra voltar na quinta que ele teria uma coisa pra mim.
Na Quinta a noite passei lá, ele me viu e saiu correndo pra buscar o que ele ia me dar, chegou com um embrulho lindinho e uma fada de presente pra mim, fiquei tão feliz que nem sabia como agradecer, quero voltar lá mas tá difícil de encontrar tempo!
Hoje uma das minhas únicas 2 alunas mulheres também me levou um presente, uma caneta! Pelo menos ela eu pude abraçar para agradecer.

Ainda na Quinta fui buscar um pessoal que veio de outra cidade para ir para Mayapur (maior centro Hare Krishna do mundo) com a gente, como o aeroporto é bem longe e ia me custar umas 400 rúpias para ir de táxi (15 reais) eu decidi que iria de metro até o final da linha e depois pegaria um táxi de lá.
Resultado, fiquei perdida por 2 horas no lugar mais pobre que já vi na cidade até hoje, esgoto correndo a céu aberto, pessoas morando em barracas de bambu, vacas e cabras por todos os lados, e claro, ninguém que pudesse entender inglês. No fim deu tudo certo, e na sexta saímos para Mayapur.
Fomos de trem, 3 horas e meia naquele aperto e balanço que só um trem indiano que custa 20 rúpias (70 centavos) pode proporcionar.
Chegamos lá, pegamos o Rick-shaw de bicicleta, depois um barco, depois mais um Rick-shaw e, por fim, achamos um hotel para passar a noite.

No sábado cedo fomos para o templo ver a morning pray, é tudo muito alegre, música, dança, flores e frutas e muitos estrangeiros. Os chineses encontraram chineses que moravam lá, fomos ter café da manhã na casa deles, eles nos explicaram sobre Krishna, a religião, os costumes.


Depois disso encontrei um dos meus alunos, que mora cerca de 1 hora de lá, ele nos convidou para almoçar na casa dele e depois de 2 ônibus chegamos lá'. Conhecemos a mãe, o irmão e um dos amigos deles, eles nos serviram frutas, doces, chá, biscoitos e a mais maravilhosa de todas as comidas indianas que já comi.




Depois da incrível tarde, voltamos pra Mayapur, adoro andar de ônibus aqui, apesar do aperto e tudo mais, da pra ir vendo as vilas, as estradas. E quanto mais entendo e aprendo sobre a Índia, mais triste é essa realidade. Sempre que passávamos pelas vilas eu via barraquinhas vendendo pedaços de galho de árvore, e pessoas mastigando esses galhos, eu achava que era algum tipo de cipó, ou qualquer coisa assim ( aqui eles mastigam fumo a maior parte do tempo). Pouco tempo atras descobri que eles usam isso para limpar os dentes ( assim mesmo, como seu cachorro faz com os galhos no quintal de casa) já que a maioria da população desses lugares não tem acesso a água potável, muito menos a escova de dente.

De volta ao templo, vimos a cerimonia noturna com direito a muita música, elefantes e vacas, e comemos no templo, confesso que uma das coisas que mais vou sentir falta daqui é comer com as mãos!




Fomos para o hotel, aproveitar as nossas poucas horas de sono. Acordamos as 4 para ver a primeira cerimonia e depois pegarmos um ônibus de volta. já que a experiencia do trem não tinha sido muito agradável. Apesar de todos terem conseguido sentar no ônibus, foram momentos de terror, na estrada esburacada e com ônibus e caminhões que não respeitam nenhuma regra de transito. Chegamos em casa por volta das 11 da manhã. 
No domingo a tarde eu e a canadense fomos em um evento em uma faculdade aqui, que a Aiesec estava apoiando. Foi divertido, embora eu estivesse bem cansada.

Cheguei em casa, depois do fim de semana exaustivo,  me preparei para dormir e quando estava começando a entrar em alfa, meu celular toca. Era um dos Aiesecers, me perguntando ( comunicando) que eu teria que ir com eles para um seminário em uma cidade qualquer para contar da minha experiência.
Perguntei quanto longe era e ele me disse algumas poucas horas, e eu acreditei ( ahá, otária).
As 5 da manhã estou eu saindo de casa de novo, depois de 4 horas de sono para pegar o trem.
Então, 10 horas e meia depois, um táxi, um trem, dois autos rick-shaws  e um ônibus, chegamos ao instituto de tecnologia onde iriamos fazer o seminário.
Demoramos quase meia hora para chegar do portão ao hotel dentro do campus onde deixamos as coisas
(só o hotel era umas 2 vezes maior que o meu campus, ai, ai Tupã...)
Apresentamos o seminário sobre intercâmbio pela AIESEC para cerca de 200 estudantes de engenharia e 4 horas depois(cerca de 9 da noite)  estávamos voltando para Calcutá.
Chegamos na estação de trem as 7 e meia da manhã, peguei um táxi e fui direto pro trabalho.
Essa é minha última semana lá, não quero nem pensar em ir embora! :(
Saí do trabalho as 13:00, o chefe da minha ONG foi me buscar e fomos para a feira de livros aqui.
É a segunda maior feira do mundo, e o público esperado esse ano e de 2 milhões de pessoas.
É incrível a quantidade de gente e o interesse por livros aqui. Passei a tarde andando na feira, caçando os livros escritos em inglês, já que a maioria era literatura Bengoli ou Hindi. Comprei algumas revistas.
Encontrei o pessoal no metro, comemos e viemos pra casa, finalmente consertei a internet, agora posso começar a por meus trabalhos de update de mídias da NGO em dia.
Logo mais posto aqui sobre os fóruns ambientais que estamos organizando para o meio do ano.
Deixa eu dormir, antes que mais alguma aventura extrapolante se jogue na minha frente!

Saudades daí, e o amor por aqui estão conflitantes!
Namaskar!

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