terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um dia para nunca mais esquecer



Meu quinto dia na Índia foi um dos dias mais maravilhosos da minha vida. Eu seria responsável pela aula das 9:00 as 13:00, preparei algumas atividades com recortes de revistas, mudei as cadeiras em semicírculo, e pedi para que eles não se levantassem mais para responder quando eu perguntasse alguma coisa, a não ser que eles quisessem.
A aula foi interessante, eles perguntaram bastante sobre o Brasil, quiseram saber como se falava Obrigada e Bom Dia. Eles estavam conversando mais, sorrindo pela primeira vez. Eu falei para eles que quando eles fossem falar em público, ao invés de ficarem apertando as mãos e tremendo, eles podiam segurar uma caneta... iria aliviar a tensão. Toda vez que eles vão falar na frente da sala agora, eles levam uma caneta.
Quando me perguntaram por quanto tempo eu iria ficar aqui, e a professora censurou falando que não era educado se fazer perguntas pessoais. Eu respondi mesmo assim, dizendo que ficaria até o fim do curso deles (2 meses) foram os maiores sorrisos que eu já vi.
Quando a aula acabou eles passavam por mim dizendo “Muito Obrigada” senhora, em português, e enquanto eu esperava por alguém da organização me buscar, umas das meninas chamada Preti ( quando falado é o mesmo que Pretty – bonita em inglês) perguntou se podia sentar do meu lado. Ela me disse que queria agradecer por ter me conhecido, que ela estava indo para outro escritório então não iria assistir mais aulas lá, mas que eu tinha dado coragem a ela pra continuar enfrentando as dificuldades da vida dela. Ela sustenta a família toda, faz faculdade de contabilidade, dá aulas de reforço escolar para sustentar a mãe e os irmãos e trabalha no escritório. Mesmo nessa situação ela da aula para alguns alunos de graça, por que eles, assim como ela, não tem condições de pagar um professor particular.

 Voltei para casa sozinha, a primeira vez que andei sozinha na Índia por sinal, e depois de uma hora entre caminhadas e Auto rick-shaws cheguei em casa. Comi comida chinesa ( apimentada igual a Indiana) e depois conversei bastante com o Jimmit, um dos membros da Aiesec, 23 anos, formado em contabilidade. Estavamos conversando de relacionamentos, ele me contando sobre uma menina que ele gosta, como funcionam os casamentos arranjados aqui ( a maioria dos jovens são adeptos, dizendo que os pais são as melhores pessoas para escolher os maridos/esposas e que amor se aprende com o tempo).
Quando era a noite, o pessoal do outro apartamento ligou aqui falando que iriam em uma boate a noite, as festas aqui começam as 10 e acabam as 2 da manha normalmente e nós estrangeiros, não pagamos para entrar.
O lugar era interessante, era em um hotel. A música razoável, mas o lugar ficou muito cheio e eu não gosto muito desses ambientes então nem aproveitei muito. Nas boates os jovens se vestem mais como ocidentais, e para as mulheres, mostrar ombros é permitido. Não há contato entre homens e mulheres, porém, assim como nas ruas homens andam abraçados e de mão dadas.
 Depois de cerca de uma hora, fui com mais dois brasileiros ( Giuliana e Matheus) na parte aberta da balada, em cinco minutos um indiano se aproximou de nós e pediu para que o seguíssemos. Ele falava inglês, era de Nova Delhi e disse que no dia seguinte teria uma enorme festa no hotel. Eram esperadas 1000 pessoas e se quiséssemos trabalhar na recepção vestidos de russos - a festa era para a divulgação da vodca Eristoff ( mesma empresa da Smirnoff) -  eles nos pagava o quanto quiséssemos.
Mais uma vez nos aproveitamos do fato de sermos estrangeiros e 10 minutos depois tínhamos negócio fechado, seriamos 6 meninas e 4 meninos trabalhando e ele pagaria 3 mil rúpias para cada uma de nós e 2,5 para os meninos.
Fomos para casa dormir, no outro dia todos trabalhávamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário