domingo, 25 de dezembro de 2011

Então é natal, e o que você fez?!



O fim de semana foi legal, agora que tenho internet e já consigo andar sozinha pela cidade então estou começando a ter mais noção de tempo e estabelecer minha rotina.
No sábado levei os russos comigo para o trabalho, eles estavam perdidos e não teriam o que fazer em casa então fomos juntos. Eles ficaram bem assustados, a parte da cidade onde eu trabalho é bem mais pobre do que a parte que moramos.
Embora a maioria dos alunos seja Hindu ou Mulçumana, todos comemoram o Natal aqui ( na escola onde o Matheus e a Anastácia trabalham, os alunos comemoram todos os feriados de todas as religiões). Isso é mais uma das coisas que me surpreenderam na Índia, não importa a sua religião, a sua seita, qual Deus ou Deuses você acredita, tem espaço para todo mundo.
( essa é a a "mãe"  das Igrejas da diocese das igrejas do norte da Índia. Essa e a casa de Deus e a casa da prece. Todos são bem vindos para visitar e fazer suas preces aqui. Pedimos que trate a  Igreja e os arredores com o devido respeito)
                                                         (que a paz prevaleça na Terra.)
Grande parte dos meninos voltaram para suas vilas de origem para “celebrar” o natal com as famílias e a aula só teve 4 alunos.  Como as professoras não estavam a fim de dar aula e só tinham poucos alunos acabamos ficando conversando pelas 4 horas.  Durante a manhã toda, os alunos não pararam de perguntar sobre a Rússia para a Anna e o Alexy. Quando eu cheguei aqui, 2 semanas atrás, eles não me perguntaram praticamente nada, e com muito esforço, responderam as minhas perguntas. É incrível ver a evolução deles em tão pouco tempo.
Os russos ainda não falam inglês de uma forma entendível, além do sotaque. Meu sotaque também é muito forte, e os meninos estão aprendendo agora. Mas conversamos sobre economia, politica, eles me explicaram como a mudança de governos há 3 décadas atrás tirou o inglês da grade obrigatória de escolas públicas ( foi recolocado 1 ou 2 anos atrás) e como isso afetou a geração deles.
Depois da aula, fomos almoçar. Comemos na rua, comida típica indiana, com direito a usar as mãos para comer e muita pimenta. Depois fomos de metro para o New Market ( nunca fiquei em um lugar tão lotado em toda a minha vida), trocamos o dinheiro dos russos e eu comprei o presente do meu amigo secreto.  Voltamos para casa de taxi, nunca imaginei que em 2 semanas iria conseguir andar sozinha em Calcutá.
A noite todos os estagiários da AIESEC se reuniram aqui em casa para comemorarmos o Natal. Éramos em torno de 30, tanto os do estágio voluntario como do profissional, tomamos algumas cervejas ( 5 garrafas dividido por 20 = é muito difícil de achar bebida na Índia)  e pedimos pizzas.
O pessoal aproveitou bem a festa, eu aproveitei do meu jeito, conversando com uma menina da África do Sul, uma da Romênia e um cara da Tunísia durante toda a noite, foi legal, novas pessoas, novas formas de pensar. Como a gripe realmente me pegou, fui dormir logo depois que eles foram embora.
Hoje foi o primeiro dia que não tive compromisso pela manhã e consegui dormir um pouco mais. Acordei por volta das 10, nos arrumamos e fomos ver alguns pontos turísticos da cidade. Fomos ao templo da Deusa Kali, a Deusa da fortuna. O lugar é bem pobre, pessoas, cachorros e cabras vivendo juntos pelas ruas.



Para entrarmos no templo tivemos que tirar os sapatos, andar por varias ruelas e ficar mais de uma hora na fila, o calor, o barulho e o cheiro são muito fortes, e mesmo assim nada tira a expressão de paz e tranquilidade dos indianos. E não falo só de adultos, as crianças e até mesmo os bebes, por horas nas filas, calmas e sem reclamar.
Tinham muitas pessoas, mas o templo em si á uma salinha apertada, 4x4 metros, com a imagem da Deus no meio, passamos por lá em fila, doei um pouco de dinheiro para o templo (eles alimentam mais de 2 mil pessoas por dia lá) e fomos embora.
Voltamos para casa, pois teríamos um evento para ir, chama-se projeto Sun Shine( apoiado pela AIESEC), são vários músicos e DJs que fazem parte do evento e todo o dinheiro é doado para caridade. Quando chegamos lá, o evento estava sendo realizado em um espaço do exército da Índia e seguindo as normas do país não pudemos entrar, pois somos estrangeiros.
Agora estou em casa, esperando um pessoal chegar para irmos jantar. Espero ter mais coisas interessantes para contar essa semana e mais animo para escrever também. Sai de mim gripe!
    (vestidas pro casamento indiano)

Feliz natal a todos.

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